desenvolva habilidades, tome decisões e, principalmente, consiga transformar
informações em conhecimento. Mas essa pode não ser uma tarefa simples, principalmente
numa época em que as informações proliferam-se seja em livros, revistas
ou mesmo na web. "Como transformar estas informações em conhecimento? Como
buscar, utilizar e estudar esta informação, através de mecanismos de didática
para que o aluno construa seu conhecimento?", questiona Gilda Helena B.
de Campos, coordenadora técnica de Educação a Distância da PUC do Rio de
Janeiro.
Para trabalhar com esta questão existe um método conhecido por Mapas Conceituais,
que facilita a representação e a análise de informações, ajuda a construção
do conhecimento e evidencia o aprendizado do conteúdo proposto. Mapas Conceituais
são representações gráficas semelhantes a diagramas, que indicam relações
entre conceitos e objetos ligados por palavras. Agora, com o vasto conteúdo
existente na internet, estas palavras podem ser "promovidas" a links que
remetem o aluno diretamente a determinado artigo, texto ou imagem. "Esses
links são objetos que acabam se tornando Objetos de Aprendizagem dentro
do Mapa Conceitual", explica Gilda, lembrando que esta técnica foi desenvolvida
pelo Prof. Joseph D. Novak, da Cornell University (EUA), em 1960.
Na prática, os Mapas Conceituais podem ser utilizados por estudantes do
ensino fundamental, médio ou superior e, também, de e-learning. Por exemplo,
o professor pode dividir a turma em grupos, propor um tema a ser estudado
e pedir para que construam um mapa que sintetize o assunto em palavras e
links. A partir daí, os alunos vão ampliando o mapa conceitual com novas
informações adquiridas, opiniões dos colegas e dicas do próprio professor.
Citamos como exemplo, um grupo que está desenvolvendo um trabalho sobre
o Brasil Colonial. O que eles podem estudar? Como foi a chegada de D. João
VI ao Brasil? Quais os feitos dele? Como se deu a chegada da indústria e
a abertura dos portos? Qual o primeiro palácio construído? Como ocorreu
a construção do Jardim Botânico e da imprensa pública? Tudo o que está relacionado
com o tema deve estar abordado no Mapa Conceitual e, se possível, devem
ser dadas as fontes das informações. Caso um aluno descubra um artigo muito
importante em alguma biblioteca, ele pode colocar no mapa o link para este
artigo.
Para Gilda, o mais interessante nisso tudo é a possibilidade de ampliação
constante da rede de conhecimento, à medida que alunos e/ou professores
passam a conhecer mais sobre determinado assunto. Outro exemplo prático
do processo colaborativo é o caso de um professor ver um mapa criado e discordar
de algumas ligações realizadas pelo aluno. Se este mapa estiver em um ambiente
virtual, poderá ser alterado facilmente e ser usado para explicar ao aluno
as razões das correções e das novas ligações realizadas. Neste caso, o aluno
mostrou o que compreendia sobre o tema e o professor analisou seu trabalho,
compreendeu seu raciocínio e realizou, colaborativamente, as alterações
que julgou necessárias. Por fim, o aluno analisa as alterações realizadas,
concorda ou discorda e apresenta seus argumentos.
"Acredito que os Mapas Conceituais são essenciais aos professores que querem
oferecer uma aprendizagem colaborativa, baseada em projetos, com uma prática
educativa dinâmica. Isso, sem falar nas amplas possibilidades de uso em
Educação a Distância", completa Gilda. Ela lembra que professores da rede
pública estadual dos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, também estão
fazendo uso desse tipo de ferramenta.
Segundo Gilda, os mapas conceituais são utilizados para o mapeamento de
conteúdos previstos em projetos educacionais e ligados a propostas pedagógicas.
"Há algum tempo, também são aplicados para realizar a avaliação da aprendizagem,
pois professores e alunos podem organizar seu trabalho relacionando conceitos,
analisando a expertise de conteúdo e evidenciando a forma pela qual a construção
do conhecimento foi realizada."
Este mesmo modelo que é aplicado na educação pode ser levado para o mundo
corporativo. "Cada vez mais, verificamos a necessidade da criação de departamentos
que tenham uma visão transversal da empresa, buscando informações de diferentes
áreas, a fim de compor um esquema de capacitação, por exemplo", sugere.
De acordo com ela, neste caso, diferentes pessoas podem participar da construção
do Mapa Conceitual. Assim, com sugestões e diferentes visões de vários profissionais,
é possível apontar as mais diversas necessidades dos departamentos envolvidos
naquele processo de capacitação. "Esta também é uma visão colaborativa de
trabalho, mas aplicada ao universo corporativo." |
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário